Astorga (Spain)



ASTORGA


LOCALIZAÇÃO: município na província de Leão, comunidade autônoma de Castela e Leão. É a capital econômica da região histórico-cultural denominada Maragateria. É também o destino final da estrada romana de Braga até Astorga, muito usada na época medieval pelas populações e peregrinos.

ÁREA: 46,78 km²

ALTITUDE: 868 m (2 848 pés)

POPULAÇÃO: cerca de 12.500 hab 

GENTÍLICO: astorgano (a) 



HISTÓRIA

Há vestígios de ocupação humana na região que remontam a 200 mil anos, na região, em particular na Serra de Atapuerca. O povo que habitava a região na Antiguidade ficou conhecido como Astures, nome também ligado à Província das Astúrias, a última parte da Península a cair em poder Romano nas Guerras Cantábricas. Enquanto cidade romana foi fundada em 14 aC, sendo denominada Asturica Augusta por Octavio.

A cidade teve um declínio durante a Reconquista Cristã, tendo depois retomado a sua importância Medieval como ponto de passagem no Caminho de Santiago.


PONTOS TURÍSTICOS  


PLAZA MAYOR 


CATEDRAL DE ASTORGA

O interior possui planta basilical formada por 3 naves e o mesmo número de ábsides (é a parte da Igreja na cabeça. Geralmente planta semicircular, mas pode também ser poligonal.  As bôvedas (originário do latim, volta) são tipicamente Góticas. O Trascoro, situado como o próprio nome indica na parte de trás do Coro, é Neoclássico e foi feito de materiais diversos, como mármore, jaspe, alabastro e bronze. O Coro é de Estilo Flamenco e foi executado com madeira de nogal. Na parte superior direita do Coro, o belíssimo órgão Barroco. Os vitrais que compõem a Catedral estão sendo, pouco a pouco, restaurados. Alguns são Medievais. Outros, de Época Moderna. Um dos maiores tesouros artísticos do interior do templo é o Retábulo Maior. Esta grande obra de arte foi realizada por Gaspar Becerra (1520 - 1568), um dos grandes nomes do Renascimento Espanhol. Pintor e escultor, o artista viveu durante um tempo na Itália, e sua obra caracteriza-se por uma forte influência de Michelangelo. Os temas escultóricos estão relacionados com a exaltação à Virgem Maria e a vida de Jesus Cristo. Na parte superior do retábulo, o Calvário. Toda esta iconografia estava relacionada com o Concelho de Trento, cujas reformas visavam reafirmar os dogmas do Catolicismo, bem como uma tentativa de deter o avanço do Protestantismo.Tem um Museu que integra o complexo Catedralício, formado também pelo Arquivo Diocesano e Capitular e o Hospital de San Juan Bautista. O Museu Diocesano ou Catedralício situa-se nos espaços destinados anteriormente a escola da Catedral, Biblioteca e Arquivo. Em suas numerosas salas, estão exposto mais de 500 peças de grande valor e qualidade histórico-artística. Na Catedral de Astorga estão sepultadas as conhecidas Enfermeiras Mártires de Somiedo, que foram fuziladas pelos Republicanos no começo da Guerra Civil. 

PALÁCIO EPISCOPAL DE ASTORGA 

(Palácio de Gaudi)

É a sede do Museu dos Caminhos, um espaço cultural referente ao Caminho de Santiago, onde pode-se admirar uma importante coleção de obras de várias épocas e estilos. Situa-se próximo a Catedral, e foi projetado pelo arquiteto catalão Antoni Gaudí. Construído entre 1889 e 1915, o Palácio é um dos poucos edifícios projetados pelo artista fora de Barcelona. Em 1886, o Palácio anterior sofreu um incêndio e ficou totalmente destruído. Como a cidade não dispunha de um arquiteto Diocesano, o bispo de Astorga Joan Baptista Grau i Vallespinós encarregou a execução do projeto ao seu amigo Gaudí, que conheceu em Reus (Catalunha), cidade natal de ambos. Quando Gaudí recebeu o encargo para construí-lo, estava ocupado com outros projetos em Barcelona, como o Palácio Guell e a Sagrada Família. Por isso, não podia viajar a Astorga para estudar o terreno e o entorno do novo edifício. Para que o projeto não se atrasasse, pediu que o bispo lhe enviasse fotos, desenhos e informações do lugar, de maneira que pudesse iniciá-lo, harmonizando com as construções próximas, principalmente a Catedral. O Palácio Episcopal de Astorga possui um caráter tipicamente Medieval, e foi levantado no estilo Neogótico. Em sua construção, o arquiteto empregou o granito, material típico e abundante na região de Astorga. Incorporou alguns elementos que caracterizariam suas obras futuras, como os arcos da entrada principal.
A fachada apresenta 4 torres cilíndricas, estando rodeado por um fosso. A estrutura do edifício está sustentada por pilares com capitéis decorados e bôvedas de crucería sobre os chamados arcos ojivais, ambos elementos característicos da arquitetura Gótica. Sua grande altura lhe proporcionou a abertura de janelas que iluminam intensamente o interior. O ferro forjado foi utilizado como material construtivo e decorativo, uma das principais características do Modernismo. Com a morte do bispo, Gaudí pediu demissão da obra, por conflitos que começaram a surgir com o bispado da cidade, referentes a mudanças no projeto original. Este foi o motivo pelo qual sua construção ficou paralisada por vários anos, e o edifício somente foi concluído pelo arquiteto Ricardo Garcia Guereta em 1915. Possui, inclusive, uma grandiosa capela, cujas paredes foram adornadas com pinturas murais. A Capela de Santa Marina pertencia à antiga Catedral Românica, e acolhe uma grande quantidade de bustos e sepulcros de Bispos de Astorga. O Palácio foi reorganizado como Museu a partir de 1962 pelo Bispo Mérida Pérez, para acolher peças religiosas provenientes de Igrejas abandonadas da Diocese de Astorga, com o objetivo de melhor conservá-las. Devido à quantidade, variedade e riqueza artística de suas peças expostas, o Museu Catedralício de Astorga reflete a importância que adquiriu a Diocese da cidade ao longo da história.. A exposição ocupa a totalidade dos 4 andares do Palácio, estando formada por esculturas e quadros, tendo o Caminho de Santiago como referência. O conjunto escultórico exposto é de grande qualidade e importância histórica-artística. Muitas das obras possuem uma relação com o Apóstolo Santiago e o famoso caminho de peregrinação, do qual Astorga é parte integrante. O Apóstolo Santiago é representado em sua rica iconografia, em peças feitas de madeira policromada. Em uma de suas representações mais comuns, o apóstolo aparece derrotando aos Muçulmanos, pois existem várias lendas que narram sua milagrosa aparição no meio de batalhas entre Cristãos e Árabes, favorecendo a vitória dos primeiros. Neste aspecto, é conhecido como Santiago Matamouros. O Museu conta com uma bela coleção de Virgens Românicas. Cristo Crucificado é o tema de outras peças de relevância.

Uma das inúmeras lendas associadas ao caminho e retratada no Museu é a da Rainha Lupa. Conta a tradição que quando o corpo do Apóstolo chegou à Galícia, os servos que o transportavam começaram a buscar um local apropriado para seu sepultamento. Dois dos homens avistaram um Castelo, e quando chegaram à fortificação, solicitaram uma audiência com seu proprietário. Foram conduzidos, então, à perversa e pagana Rainha Lupa, governante da Galícia. Em um primeiro momento, a rainha interessou-se pela história contada por aqueles homens que diziam levar o corpo do Apóstolo vindo de Jerusalém, mas depois ordenou a prisão de todos, por sua suposta arrogância. Durante à noite, os presos pediram o auxílio a Deus, e um resplandor luminoso abriu milagrosamente a porta da prisão, e puderam fugir. Logo que a fuga foi percebida, a Rainha Lupa ordenou um grupo de soldados para capturá-los. Quando passavam por uma ponte, esta desmoronou-se, matando a todos os soldados. Os Cristãos retornaram, então, para advertir à rainha sobre o poder Divino, e pediram que a governante lhes dessem um carro puxado por bois para facilitar o transporte do corpo de Santiago. A teimosa rainha, entretanto, lhes ofereceu dois touros selvagens. A surpresa foi geral no momento em que ambos se transformaram em mansos animais. Finalmente convencida e admirada por tantos milagres, a Rainha Lupa mandou destruir os Templos Pagãos da região e se converteu ao Catolicismo. O useu guarda também edições facsímiles de vários textos medievais, como o denominado Livro das Horas de Isabel La Católica. Um facsímil é uma reprodução exata de um documento (geralmente antigo e de grande valor, podendo ser um livro, mapa, manuscrito, etc). Os chamados Livros de Horas eram comuns na Idade Média, e estavam compostos por salmos e orações da liturgia diária, além de textos referentes à vida de santos e da Virgem Maria. Frequentes sobretudo nos Séculos XV e XVI, sua realização era encarregada pelos Nobres e Reis. Estes manuscritos destacavam-se pela rica iluminação e ornamentação que acompanhavam o texto. O Livros das Horas de Isabel la Católica, cujo original encontra-se na Biblioteca do Palácio Real foi um presente oferecido pela cidade de Zaragoza por ocasião do casamento da Rainha de Castilla. Alguma peças são curiosas, basicamente porque perderam sua função. Um exemplo é o Portapaz, existente desde o Século XV. Geralmente feito de prata, servia como uma espécie de retábulo durante a celebração da missa, e os fiéis o beijavam segurando-o pela parte lateral, quando o sacerdote convidavam os participantes a dar a paz. Com o Concílio do Vaticano II, este rito foi abolido e substituído pelo cumprimento do fiéis feito com as mãos. As peças caíram em desuso, mas permanecem sua qualidade artística. O museu conta com uma importante coleção de vestimentas religiosas. As esculturas do Período Românico expostas estão bem conservadas. Com grande diferença, as esculturas da Virgem e de Cristo Crucificado foram as mais representadas a partir do Século XII. A Virgem aparece sempre junto ao menino Jesus, como mãe de Deus (Theotokos). As Esculturas Românicas caracterizam-se pelo Anti-naturalismo, possuindo um forte caráter simbólico. Se busca, principalmente, a expressão do conteúdo religioso. As figuras se deformam intencionalmente para alcançar um impacto emocional São rígidas, com ausência geral de movimento. A simplicidade, estilização e frontalidade são outras de suas características. Muitas destas peças guardavam relíquias, colocadas em sua parte posterior através de um pequeno buraco. Neste caso, seu valor e devoção aumentavam substancialmente. Jesus Cristo, na estética Românica, aparece na maioria das vezes, na cruz. Esta representação é, provavelmente, de origem Bizantina, expressando a vitória de Cristo sobre a morte e a salvação da humanidade. O corpo encontra-se sobre a cruz mediante 4 cravos, adotando uma postura simétrica. A cabeça aparece na posição frontal ou ligeiramente inclinada à direita, e o rosto apresenta uma expressão de absoluta serenidade. Uma das peças mais interessantes é a Arca de Carrizo (segunda metade do Século XIII), procedente do Monastério de Santa Maria de Carrizo, localizado na Província de León. Sua função principal era de relicário, podendo ser colocada na parte frontal do altar. Na parte inferior, as pinturas dos apóstolos, e na tampa, cenas da vida e paixão de Jesus Cristo. Uma das obras de maior valor artístico e histórico é a Arqueta de San Genadio, uma peça do Pré Românico Asturiano. Este relicário foi um presente oferecido pelo rei Alfonso III ao Bispo Genadio de Astorga, no Século X. Apresenta uma grande riqueza iconográfica. Uma das relíquias mais sagradas e desejadas na Idade Média por qualquer Templo religioso era o Lignus Crucis, ou pedaço de madeira da cruz onde Jesus Cristo foi crucificado. 

MUSEU DO CHOCOLATE 

Foi fundado em 1994 por iniciativa particular, e conta com um patrimônio único no país, relacionado à fase de industrialização do produto ao longo do Séculos XIX e XX. O museu oferece um panorama histórico da indústria do chocolate na cidade desde o Século XVI até os dias atuais. O chocolate é um dos produtos mais tradicionais da cidade de Astorga. O clima propício da cidade favoreceu a implantação de sua produção, e atualmente existem na cidade, inúmeras fábricas e lojas de chocolate. O chocolate é originário das culturas Maia e Asteca e a colonização espanhola do continente americano permitiu sua difusão pelo mundo. Inicialmente, era tomado amargo no México, e com a chegada dos espanhóis foi adicionado o açúcar. Se passou a tomá-lo quente e rapidamente transformou-se num artigo de luxo na Época Colonial. O primeiro contato dos colonizadores espanhóis com o cacau ocorreu durante a quarta viagem de Cristóvão Colombo, em 1502. O conquistador espanhol introduziu, então, o cacau na Espanha em 1528, junto com as máquinas necessárias para a elaboração do chocolate. Os Monastérios foram o primeiro local onde foi produzido. A sede do Museu foi antigamente um armazém comercial de seu fundador, José Luis López Garcia, que depois de várias reformas, o adaptou como um espaço expositivo de uma coleção única. O museu parece realmente uma casinha de chocolate. Além das máquinas, pode-se contemplar materiais publicitários de diversas fábricas históricas da cidade. A visita ao Museu do Chocolate de Astorga termina numa sala de degustação, onde se pode provar vários tipos de chocolate produzidos na cidade..

PETRÓGLIFOS DA MARAGATERIA

LAGOAS DE VILLAFAFILA, em Zamora -  Cerca de 1 hora de distância de carro de Astorga. Estas planícies estão classificadas como Zona de Proteção Especial (Directiva Aves) e como Zona Húmida de interesse mundial (Convenção de Ramsar). É um paraíso das aves. De todas as espécies, a mais numerosa é o pato-real, são encontrados abibes, cegonhas brancas, garças-reais, grous-comum, gansos. Mas a Reserva destaca-se principalmente por acolher a maior população de abetardas de toda a Europa. 

CASTRILLO DE LOS POLVAZARES -  A 4 Km de Astorga, é uma das mais belas aldeias históricas da Espanha, que preserva a essência do povo maragato.

CÂMARA MUNICIPAL DE BRAGA - Oferece uma breve história de Astorga (ambas as cidades são geminadas): 


RESTAURANTES

O prato mais importante da culinária local é o cozido maragato, que se come ao revés. Primeiro se serve o chouriço, a morcela, a carne, a orelha, a costela e o toucinho defumado; depois os grãos com couves-galegas e para terminar a sopa. A sobremesa é a natilla caseira com bolacha.

Serrano 
La Peseta



HOTÉIS



Astur Plaza Hotel. 

Rusticae Hostería Camino (em Luyego, perto de Astorga).

Casa Pepa (em Santa Colomba de Somoza, perto de Astorga).

Casa de Tepa Hotel.


FOTOS


























































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